domingo, abril 28, 2024
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Transição Energética: Quais os problemas ocultos na Bolha dos Carros Elétricos?

Os Perigos Ocultos na Transição para Carros Elétricos - Incêndios e Segurança em Risco - dignidade e os direitos humanos - poluição e degradação ambiental - Oque não se vê!

Por Eduardo Alvim

Antes de adentrarmos aos temas que pautarão nossa discussão nesta coluna sobre economia, gostaria de ressaltar que nossa abordagem não visa, de maneira alguma, criticar de maneira superficial ou simplista os esforços em prol da preservação do meio ambiente. É consensual que todos compartilhamos o anseio por um mundo mais saudável e sustentável, capaz de ser legado às gerações vindouras em sua plenitude. Acredito profundamente na harmonia entre o mundo que nos cerca e a necessidade humana de prosperidade, compreendendo que o equilíbrio entre esses dois aspectos é crucial para o bem-estar tanto das atuais quanto das futuras gerações. Nossa jornada de reflexão nos conduzirá por um caminho que nos instiga a considerar não somente os objetivos nobres que perseguimos, mas também a avaliar as metodologias empregadas para alcançá-los. Sob essa perspectiva, torna-se fundamental explorar uma abordagem justa, moral e ética, que respeite os pilares fundamentais dos direitos naturais. Esses princípios remontam aos tempos dos filósofos gregos e encontraram sua evolução nas reflexões de São Tomás de Aquino, ganhando posteriormente contornos atualizados por pensadores como Locke.

Navegamos atualmente pela trajetória da descarbonização, uma empreitada que nos coloca diante de um desafio monumental. De acordo com as análises fornecidas pela Our World in Data, renomada plataforma digital especializada em dados empíricos sobre melhorias na qualidade de vida global, a emissão de CO2 está intrinsecamente ligada à geração de

Setor por setor: de onde vêm as emissões globais de gases de efeito estufa?

energia, contribuindo com expressivos 73% do total. Essa distribuição se desdobra de maneira intrigante: 24,2% dessa parcela são provenientes das atividades industriais, enquanto 17,5% emergem do consumo elétrico em edifícios comerciais e residenciais, e mais 16,2% se originam da demanda por energia mecânica no setor de transporte.

Este desafio abarca uma complexa jornada em direção à transição energética, movendo-se audaciosamente de fontes altamente poluentes, como o carvão e os combustíveis fósseis, em direção à promissora energia limpa. Contudo, essa transição está longe de ser uma trajetória linear, uma vez que, embora as fontes de energia limpa não emitam CO2 durante sua produção direta, a intricada cadeia de fabricação subjacente gera seus próprios resíduos e emissões de CO2, um ponto que analisaremos minuciosamente à frente.

Outro tópico de destaque, frequentemente vinculado à busca pela redução das emissões de CO2, é a crescente adoção dos veículos elétricos (EVs), uma tendência notavelmente impulsionada por figuras proeminentes como Elon Musk, que se tornou quase emblemática na cultura contemporânea. Os automóveis são responsáveis por cerca de 6,6% das emissões globais, enquanto caminhões de carga contribuem com 3,5%. Além disso, outras aplicações, como máquinas agrícolas e equipamentos de mineração, respondem por menos de 2% do total de emissões.

Um desafio de proporções monumentais surge aqui: a produção sustentável de eletricidade. Grande parte da nossa oferta de eletricidade ainda é derivada do carvão, uma realidade frequentemente subestimada. Vale ressaltar que a eletricidade é uma forma secundária de energia, derivando de fontes primárias. Diante da busca por uma transição elétrica abrangente, emerge a necessidade premente de gerar eletricidade em abundância, sem emitir CO2. Este desafio muitas vezes passa despercebido, e é facilmente ofuscado frente a soluções mágicas preconizadas por líderes do cenário ESG e/ou WEF, como interromper a produção de carros a combustíveis fósseis e taxar emissões de CO2, precisam ser implementadas com considerações à transição energética, não de modo precipitado.

A tecnologia dos carros elétricos representa uma inovação marcante que amplia de forma significativa as opções disponíveis aos consumidores. Essa característica é intrínseca ao sistema capitalista de produção e, portanto, a disseminação dos veículos elétricos poderia, em teoria, representar um avanço benéfico. No entanto, é crucial que essa transformação ocorra de maneira orgânica e não impositiva, assegurando a construção de uma base econômica sólida e prevenindo desequilíbrios sociais indesejados.

Desde que a temática ESG (Ambiental, Social e de Governança) ganhou destaque em diversas nações, temos observado uma implementação vigorosa, por vezes coerciva, impulsionada pela elite financeira global. Esse fenômeno foi abordado em um dos meus artigos anteriores, intitulado “A Crescente Onda Anti-ESG: Crítica aos Fundos ESG e à Admissão de Lerry Fink“. Tal tendência exerceu influência sobre múltiplos setores, incluindo o mercado automobilístico, bem como os mercados de capital. Contudo, é vital reconhecer que a exibição ostensiva de virtudes pode acarretar custos elevados, especialmente quando a eletrificação é implementada sem uma análise cuidadosa dos custos subjacentes. Essa abordagem pode impactar tanto os consumidores quanto os fabricantes, gerando repercussões inesperadas.

Lamentavelmente, em alguns casos, nações como o Brasil estão aderindo a essa agenda sem considerar plenamente os possíveis efeitos adversos sobre a parcela mais vulnerável da população. Esses cidadãos podem ser sobrecarregados com o fardo financeiro resultante de decisões tomadas sem uma avaliação abrangente dos potenciais impactos. Como resultado, torna-se imperativo buscar um equilíbrio entre as aspirações louváveis da sustentabilidade e a necessidade de uma abordagem ponderada que proteja os interesses de todos os estratos da sociedade.

Vou apresentar como as premissas fundamentais de Mises acerca do intervencionismo adquirem uma relevância sem precedentes na atualidade, destacando a insidiosa influência das políticas públicas – desde subsídios a produção e compra de veículos EV, até regulamentações que restringem a produção de veículos a combustão. É imperativo examinar com atenção como essas medidas podem minar a segurança dos mais desfavorecidos e até mesmo dos usuários de veículos movidos a baterias de lítio. Além de seus efeitos diretos, essas políticas também desencadeiam impactos indiretos no ecossistema, manifestando-se tanto na degradação ambiental resultante da atividade de mineração das matérias-primas necessárias para as baterias, quanto na deterioração subsequente desses materiais, que tem uma curta vida útil, no ambiente.

Esta análise objetiva não negar a importância da transição energética, nem subestimar os nobres esforços para preservar nosso meio ambiente. No entanto, busca lançar luz sobre os efeitos colaterais e as complexidades inerentes às estratégias de implementação. A necessidade de equilibrar a busca por um futuro sustentável com a salvaguarda dos interesses da sociedade em sua totalidade é premente, exigindo uma abordagem criteriosa que harmonize a busca por inovação com uma consideração rigorosa das implicações tanto sociais quanto ambientais.

O intervencionismo, notoriamente exemplificado em larga escala pela China, tem provocado o surgimento de visões distópicas de uma magnitude alarmante. Um desses panoramas sombrios se materializa na forma de vastos campos de automóveis abandonados, onde milhares de veículos repousam amontoados, expostos às intempéries e à deterioração. Detalhes dessa perturbadora realidade foram minuciosamente explorados por Serpentza, um Sul-Africano que encontrou seu lar na China e se tornou uma figura influente por meio de seu canal no YouTube, que atualmente conta com 1,34 milhões de inscritos.

Serpentza em seu vídeo denúncia: China is Throwing Away Fields of Electric Cars – Letting them Rot!

Serpentza, que se casou com uma cidadã chinesa e enraizou-se na nação asiática, percorre as estradas chinesas em sua motocicleta, capturando em seus vídeos uma perspectiva singular e inabalável da realidade nacional. No entanto, ao expressar críticas ao governo chinês, ele encontrou-se às voltas com dificuldades significativas, eventualmente sendo compelido a buscar refúgio nos Estados Unidos. Importa notar que foi Serpentza quem documentou meticulosamente um cemitério repleto de mais de dez mil automóveis, todos fabricados no ano de 2021, ainda com placas e registros visíveis.

Esses veículos, concebidos para incorporar tecnologia supostamente voltada à preservação ambiental, agora desempenham um papel paradoxal, contribuindo para a poluição do solo ao liberar substâncias químicas provenientes de suas baterias. Tal situação ilustra de forma inequívoca os desafios intrínsecos ao cálculo econômico em uma economia planificada, uma vez que carros com meros dois anos de uso, que não deveriam ter sido relegados ao abandono caso tivessem sido produzidos em consonância com demandas reais, atualmente padecem em quantidades alarmantes devido à superprodução fomentada por um planejamento econômico centralizado. Essa situação distorcida é mantida à tona graças aos subsídios destinados à produção de veículos elétricos, um cenário que nos convoca a ponderar sobre as implicações mais amplas da intervenção governamental na economia.


É de suma importância observar que, dentro de um contexto de mercado livre e saudável, a precificação desses automóveis seria substancialmente mais elevada. Apenas entusiastas da tecnologia ou empreendimentos alinhados a princípios fundamentais estariam dispostos a empreender tais investimentos. Nesse cenário, os custos adicionais seriam suportados pelos consumidores específicos, não diluídos pela sociedade como um todo. Contudo, a abordagem atual almeja, entre outros objetivos, a criação de estatísticas impressionantes e manchetes vistosas, como a alegada “superação das vendas da Tesla” pela China. Em contrapartida, a realidade é marcada pela acumulação de veículos à beira do sucateamento, um testemunho amargo das consequências desse enfoque.

Além disso, os vídeos de Serpentza exploram de forma minuciosa as práticas questionáveis adotadas na China, incluindo esquemas de investimento duvidosos, reminiscentes do conceito “Fly by Night”, que já foram observados em empreendimentos de compartilhamento de bicicletas e patinetes antes da pandemia. Essas empresas fugazes surgiam repentinamente, prometendo ganhos substanciais aos investidores, mas careciam de modelos de negócio sustentáveis a longo prazo. Em vez disso, elas visavam atrair rapidamente capital antes de enfrentar problemas insolúveis. O resultado foi o desperdício de inúmeros recursos, culminando em imagens impactantes de montanhas de bicicletas e patinetes relegados ao abandono, um padrão que agora também se reproduz no âmbito dos automóveis elétricos.

Na China, bikes compartilhadas são abandonadas e formam montanhas de desperdício, o cenários agora se repete com veículos EVs.

No cenário de diferenciação entre veículos tradicionais e os modelos elétricos, emerge uma realidade complexa e preocupante, especialmente quando se observa o tratamento dispensado a esses automóveis movidos a eletricidade. Enquanto os carros convencionais gradualmente se desgastam, retornando à natureza por meio de processos naturais de corrosão e decomposição, os veículos elétricos (EVs) carregam consigo uma intricada teia de líquidos e produtos químicos, sobretudo nas suas baterias. A produção dessas baterias, que envolve a exploração perigosa de minérios como lítio e cobalto, é manchada por graves violações de direitos humanos, como trabalho infantil e condições de escravidão. Nem parece que o S de ESG quer dizer SOCIAL. Essa constatação ganhou ainda mais peso após assistir, recentemente, uma entrevista no podcast “The Joe Rogan Experience” com Siddharth Kara, membro da British Academy e professor associado da Universidade de Nottingham. Kara é reconhecido pelo seu trabalho seminal “Cobalt Blue: How the Blood of the Congo Powers Our Lives”. Através de uma pesquisa profunda, ele empreendeu uma jornada até o Congo, documentando as terríveis condições de extração de cobalto, um mineral essencial para baterias recarregáveis que alimentam dispositivos fundamentais em nossa era moderna.

Ao lançar luz sobre essa realidade, o autor revela um cenário sombrio que está por trás dos recursos minerais tão necessários para impulsionar nossas tecnologias. O cobalto, crucial para a fabricação de smartphones, tablets, laptops e veículos elétricos, é extraído em meio a um sofrimento humano inconcebível. As condições nas quais ocorre essa extração são nada menos que dilacerantes, com adultos e crianças submetidos a trabalhos forçados e perigosos.

Enquanto a demanda por tecnologias verdes e sustentáveis ganha ímpeto, a triste realidade é que a cadeia de suprimentos desses elementos essenciais ainda é manchada por exploração e abusos. A busca por soluções sustentáveis e ecologicamente conscientes não pode mais ignorar as consequências sociais devastadoras que muitas vezes acompanham essa trajetória. É uma chamada urgente para uma abordagem ética e responsável, onde os ideais de desenvolvimento tecnológico se harmonizam com a dignidade e os direitos naturais. O verdadeiro comprometimento com o ESG, se não estivesse se desenhando uma propaganda com segundas intenções, deveria exigir uma atenção minuciosa não apenas à parte ambiental, mas também à parte social da equação, mas na prática, não faz nem um nem outro.

Um desafio adicional, agravado consideravelmente pela intervenção estatal na imposição acelerada da economia verde, especialmente no que diz respeito aos veículos elétricos (EVs), é a questão da segurança. Sem a pressão para a implementação forçada, é razoável supor que a presença de carros com tecnologia relativamente nova e ainda pouco testada, como a dos EVs, seria significativamente menos disseminada. Este é um aspecto crucial que não pode ser negligenciado, pois está intimamente ligado à segurança e já resultou em inúmeros acidentes trágicos e fatais em todo o mundo.

Um fenômeno preocupante é o aumento do número de incêndios em veículos elétricos, muitos dos quais ocorrem em condições de temperaturas extremas, como temperaturas acima de 40 graus Celsius nos Estados Unidos. Relatos demonstram que a situação afeta não apenas carros, mas também bicicletas equipadas com baterias de íon-lítio. Incêndios têm surgido em carros descarregados e até mesmo estacionados, com casos alarmantes, como o incidente em que um navio de carga transportando BMWs e Mercedes pegou fogo em alto mar, resultando na perda de uma vida e vários feridos.

A Allianz Global Corporate & Specialty, em seu relatório Global Corporate & Specialty, alertou para a crescente ameaça representada pelos incêndios em baterias de íons de lítio, especialmente no armazenamento e transporte marítimo de veículos elétricos. A detecção precoce desses incêndios é frequentemente dificultada pela falta de recursos adequados a bordo, exigindo foco primordial na prevenção.

Casos notáveis incluem incidentes ocorridos durante o Furacão Ian na Flórida, onde múltiplos incêndios de bateria em carros elétricos submersos em água salgada foram registrados. Embora tais incêndios sejam raros, com uma taxa de ocorrência de cerca de 25 em cada 100.000 carros elétricos vendidos, suas consequências são alarmantes o suficiente para exigir uma atenção especial. Além disso, esses incêndios podem ocorrer de forma imprevisível, com pesquisas indicando que até um terço deles acontece quando o veículo está estacionado e não em movimento. Para enfrentar essa problemática, os departamentos de bombeiros precisam de treinamento especializado, já que os incêndios em carros elétricos podem reacender mesmo após serem apagados, representando um desafio adicional para o combate eficaz dessas ocorrências.

Um desafio adicional, agravado consideravelmente pela intervenção estatal na imposição acelerada da economia verde, especialmente no que diz respeito aos veículos elétricos (EVs), é a questão da segurança. Sem a pressão para a implementação forçada, como dito anteriormente, é razoável supor que a presença de carros com tecnologia relativamente nova e ainda pouco testada, como a dos EVs, seria significativamente menos disseminada. Este é um aspecto crucial que não pode ser negligenciado, pois está intimamente ligado à segurança e já resultou em inúmeros acidentes trágicos e fatais em todo o mundo.

Um fenômeno preocupante é o aumento do número de incêndios em veículos elétricos, muitos dos quais ocorrem em condições de temperaturas extremas, como temperaturas acima de 40 graus Celsius, relatados recentemente nos Estados Unidos. Os relatos demonstram que a situação afeta não apenas carros, mas também bicicletas equipadas com baterias de íon-lítio. Incêndios têm surgido em carros descarregados e até mesmo estacionados, com casos alarmantes, como o incidente na última semana em que um navio de carga, o Fremantle Highway, transportando BMWs, Mercedes e outros carros de luxo pegou fogo em alto mar, resultando na perda de uma vida e vários feridos.

Um navio de carga com uma carga de quase 4.000 carros queimou por dias na costa holandesa. Recuperada a tripulação, o maior temor são os quinhentos veículos elétricos a bordo. Suas baterias podem liberar substâncias altamente tóxicas no mar.

Há alguns anos atrás houve um incêndio em no cargueiro Hoegh Xiamen em Jacksonville, Flórida, mais um dos eventos que inspitou a Allianz Global Corporate & Specialty, em seu relatório Global Corporate & Specialty, alertou para a crescente ameaça representada pelos incêndios em baterias de íons de lítio, especialmente no armazenamento e transporte

Esforços de combate a incêndios em torno do Hoegh Xiamen depois que pegou fogo em Jacksonville, Flórida, em junho de 2020. O fogo estava ligado a uma bateria de carro.

marítimo de veículos elétricos. A detecção precoce desses incêndios é frequentemente dificultada pela falta de recursos adequados a bordo, exigindo foco primordial na prevenção.

Casos notáveis incluem incidentes ocorridos durante o Furacão Ian na Flórida, onde múltiplos incêndios de bateria em carros elétricos submersos em água salgada foram registrados. Embora tais incêndios sejam raros, com uma taxa de ocorrência de cerca de 25 em cada 100.000 carros elétricos vendidos (não sei a origem mas foi a única estatística que encontrei), suas consequências são alarmantes o suficiente para exigir uma atenção especial. Além disso, esses incêndios podem ocorrer de forma imprevisível, com pesquisas indicando que até um terço deles acontece quando o veículo está estacionado e não em movimento. Para enfrentar essa problemática, os departamentos de bombeiros precisam de treinamento especializado, já que os incêndios em carros elétricos podem reacender mesmo após serem apagados e queimar por horas a fio, representando um desafio adicional para o combate eficaz dessas ocorrências.

Esses incêndios têm origem em eventos de “runaway térmico” (TR), um perigo conhecido em baterias de íons de lítio (LIBs) e que pode ser desencadeado por curto-circuito, estresse mecânico resultante de impacto durante acidentes, superaquecimento, condensação e umidade, ou defeitos de fabricação. O runaway térmico é um processo que começa com a deterioração gradual das células da bateria do carro elétrico, levando ao aquecimento prévio das células e do pacote da bateria. Isso gera temperatura elevada, que provoca a degradação dos solventes orgânicos, liberando gases e elevando a pressão e temperatura, resultando em um ponto de ignição.

Conforme diferentes componentes do pacote de bateria, como o cátodo de óxido de metal, se degradam, o oxigênio é liberado, podendo causar ignição. O eletrólito utilizado nas baterias de íons de lítio é inflamável e propaga o fogo. Esse processo de runaway térmico pode ocorrer gradualmente, levando ao incêndio, ou de forma instantânea.

Alguns estudos determinaram a composição e o volume dos gases parcialmente inflamáveis ​​produzidos durante o runaway térmico de tipos comerciais de células de bateria, como NMC, LCO, LFP, LMO. Esses estudos encontraram concentrações de 5-30% de H2, 5-30% de CO, 20-90% de CO2 e 0-9% de vários hidrocarbonetos (metano, eteno, propeno, etano, buteno, propano, butano), sendo que a variação de concentrações está relacionada a diferentes estados de carga das células investigadas.

O relatório abrangente do Centro de Pesquisa em Tecnologia de Proteção contra Incêndios do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe descreve as várias composições de LIBs e reações químicas teoricamente possíveis durante o runaway térmico. Um teste de incêndio com uma bateria de veículo elétrico de íons de lítio (tamanho e tipo não especificados) encontrou hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), que são poluentes ambientais e aquáticos, bem como concentrações tóxicas de metais pesados.

Em janeiro a equipe de bombeiros de Sacramento, nos Estados Unidos, enfrentou um problemão na tentativa de apagar o incêndio de um carro elétrico – mais especificamente um Tesla Model S – que demandou nada menos do que 22,7 mil litros de água. Em um estudo publicado na sciencedirect, foi analisado o resultado da água de combate a incêndio. Os resultados mostram que a água de aspersão usada durante o incêndio da bateria e a água de armazenamento estão fortemente contaminadas, foram encontrados metais pesados como níquel, cobalto e manganês detectados em concentrações muito altas de ácido-solúvel de 36 mg / l cada. Como as concentrações de lítio e os óxidos de metal pesado de cobalto, níquel e manganês excedem massivamente os valores-limite aplicáveis e / ou atualmente disponíveis para descarregar água no sistema de esgoto, deve ser implementado o pré-tratamento adequado de qualquer água usada nesses incêndios com baterias (água de combate a incêndios, água de sistemas de aspersão, água usada para resfriar baterias ou veículos queimados). Portanto, também é recomendável que padrões e diretrizes mínimos para socorristas em relação ao planejamento, treinamento, procedimentos e equipamentos para incidentes químicos devem ser aplicados para que os resíduos e as águas residuais sejam descartados de maneira ecológica e profissionalmente correta. Embora haja sistemas de detecção de incêndio que pode ajudar a prevenir os incêndios em alguns casos, e sistemas de combate a incêndio como os sistemas baseados em Aerossol Condensado, que reage com as chamas formando produtos estáveis, como o fluoreto de potássio (KF) e o bifluoreto de potássio (KHF2) neutralizando o incêndio, atualmente não existe um conjunto padronizado de diretrizes ou procedimentos de testes amplamente reconhecidos para mitigar o risco de incêndios associados a esse tipo de situação. Essa lacuna ocorre devido à diversidade de modelos de baterias presentes nesse contexto. Esse é hoje um dos maiores desafios para a indústria especializada em proteção contra incêndios.

Em última análise, as legítimas preocupações que debatemos em relação às questões ambientais nos convidam a enfrentar dilemas complexos, cujas soluções são anseios de nossa busca contínua. Frequentemente, observamos tentativas coercitivas de resolver essas questões, com pressões de cima para baixo, implorando por ações políticas, demandando proibições ou exigindo uma realidade que alinhe-se aos nossos desejos. Entretanto, devemos considerar se essa abordagem, ainda que bem-intencionada, pode inadvertidamente abrir caminho para consequências imprevistas.

Convido você, leitor, a ponderar se podemos realmente resolver os desafios ambientais por meio da agressão ou da ameaça de agressão a indivíduos pacíficos? E isso, não somente baseado em dados, mas sim fundamentado em deduções lógicas que derivam de uma ética que preza o respeito pelos direitos naturais e pela propriedade privada.

Uma possível abordagem reside no interior do livre mercado, um mecanismo intrínseco de correção de erros, como podemos observar ao longo da história moderna. Se as preocupações ambientais estão enraizadas em nossa existência desde os primórdios, e os recursos naturais são pilares essenciais para nosso bem-estar e sobrevivência, é evidente que nossa demanda por bens e serviços mantidos pelo meio ambiente é inquestionável.

Cabe a nós, portanto, analisar e gerir essas demandas de forma criteriosa, utilizando os recursos naturais com discernimento, evitando conflitos. Nesse contexto, a ética da propriedade privada emerge como uma abordagem crucial. Contudo, nos tempos atuais, esses recursos frequentemente se encontram socializados, trazendo consigo uma série novos problemas na tentativa de resolver os problemas anteriores.

Assim, ao contemplarmos as vias para um futuro ambientalmente sustentável, devemos abraçar uma abordagem que respeite os direitos individuais, fomente a responsabilidade pessoal e permita a criatividade e inovação do mercado livre. Somente ao fazermos isso, poderemos trilhar um caminho que promova a harmonia entre as necessidades humanas e a preservação do nosso ambiente compartilhado.

EDUARDO ALVIM É UM ENTUSIASTA DA ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA, QUE VALORIZA A LIBERDADE INDIVIDUAL, O LIVRE MERCADO E A NÃO INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA. ACREDITA QUE O BITCOIN É UM IMPERATIVO MORAL, POIS A AUTO CUSTODIA IMPEDE O FINANCIAMENTO DE GUERRAS, CONFLITOS E IMORALIDADES SEM O LIVRE CONSENTIMENTO DAS PESSOAS.

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