Porto Alegre volta a ter 100% do abastecimento de água pela primeira vez desde o início das cheias

Última estação de tratamento a ser restaurada voltou a funcionar neste sábado (8). No momento mais crítico dos temporais e enchentes, 85% da população da capital ficou sem água.

Pouco mais de um mês após as cheias no Rio Grande do Sul, todas as Estações de Tratamento de Água (ETAs) que abastecem a capital Porto Alegre voltaram a operar. Neste sábado (8), o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) anunciou a recuperação da ETA Ilha da Pintada, que foi a ultima estação de tratamento a ser restaurada.

📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp

As ETAs são os locais responsáveis pelo tratamento da água coletada do lago Guaíba. Nelas, a água passa por processos químicos, físicos e biológicos, sendo, posteriormente, distribuída para a população de Porto Alegre. Apesar da reativação, das seis estações que compõem o sistema da capital, duas ainda enfrentam problemas.

VEJA TAMBÉM:

A última ETA recuperada atende cerca de 9 mil moradores das ilhas da Pintada, do Pavão, das Flores e dos Marinheiros, segundo o Dmae. Enquanto seguia desabastecida, a população era atendida com caminhões-pipa.

O Dmae estima que o abastecimento deve normalizar entre a noite de sábado (8) e a madrugada de domingo (9). Com isso, a água deve demorar mais para chegar até as comunidades da ilhas do Pavão, das Flores e dos Marinheiros.

O retorno espaçado também ocorreu após 85% da população de Porto Alegre ficar sem acesso à água da torneira no início de maio. Naquele momento, apenas uma estação operava na capital, de forma reduzida, pois todas as outras foram alagadas. As consequências levaram o prefeito Sebastião Melo (MDB) a decretar racionamento de água.

Os trabalhos de retomada da unidade na Ilha da Pintada iniciaram na terça-feira (4), quando as equipes fizeram a limpeza, recuperação e substituição de equipamentos.

O nível do Guaíba registrava 3,01 metros na noite deste sábado (8) – 59 centímetros abaixo da cota de inundação. O lago segue em queda juntamente com um “veranico”, ou seja, uma sequência de dias com tempo seco e pouca chuva. O número contrasta com os 5,35 metros que a água atingiu no período mais crítico das inundações.

Números da tragédia

Os temporais e as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e o mês de maio deixaram 172 mortos, segundo o mais recente boletim da Defesa Civil, divulgado na quarta-feira (5). Além disso, são 41 desaparecidos e 806 feridos.

Segundo a Defesa Civil, 603,2 mil pessoas estão fora de casa – 35,1 mil em abrigos e 575,1 mil desalojados (em casa de amigos e parentes).

Apenas em Porto Alegre, 4,7 mil pessoas estavam em abrigos até sexta-feira (7). O número de afetados chega a 160,2 mil, de acordo com a prefeitura.

Dos 497 municípios do estado, 476 registraram transtornos relacionados aos temporais, afetando mais de 2,3 milhões de pessoas.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here