Possível alta do juro do Brasil é exemplo a não seguir, diz diretor do BC da Colômbia

PhD pela Universidade Georgetown, Mauricio Villamizar defendeu que guinada na política monetária não pode ser considerada “saudável” do ponto de vista econômico

A possibilidade de alta do juro no Brasil recebeu críticas até do exterior. O diretor do Banco Central da Colômbia, Mauricio Villamizar, disse que o Brasil “é um exemplo a não seguir”. Ele disse ser contra a possível estratégia dos colegas brasileiros que sinalizaram a chance de subir a taxa Selic imediatamente após o recente ciclo de cortes.

“O Brasil não apenas interrompeu seus cortes de juros, como também fez o Peru e o México, mas há expectativa que eles invertam o curso e comecem a aumentar as taxas de juros”, disse durante evento na quinta-feira.

PhD em economia pela Universidade Georgetown, nos Estados Unidos, Villamizar defendeu que essa guinada na política monetária não pode ser considerada “saudável” do ponto de vista econômico. Por isso, o Brasil foi citado como um modelo a ser evitado.

O diretor do BC colombiano defende que autoridades monetárias devem se esforçar para adotar estratégias sustentáveis para combater a inflação. Assim, retrocessos – como a alta esperada no Brasil – são evitados.

Essa avaliação foi feita no fim da palestra, quando o diretor também defendeu que o principal objetivo da política monetária é criar condições para o crescimento da economia. “Maior crescimento possível durante o maior tempo possível. Isso só é consistente com taxas baixas no futuro”, disse.

O BC da Colômbia tem sido pressionado pelo presidente Gustavo Pedro a acelerar o ritmo do corte de juros. Na sexta-feira, ele foi às redes sociais para defender o corte da taxa básica colombiana como maneira de liberar recursos do Tesouro para o Orçamento, que podem ser direcionados para outros gastos.

Petro, inclusive, citou Jerome Powell, presidente do BC dos Estados Unidos. No mesmo dia, ele indicou em discurso que “chegou a hora” de mudar a política de juros, com redução das taxas – provavelmente em setembro.

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