Presidente da Autoridade Portuária disse à CNN que maioria dos navios que chegam ao Brasil não passam por lá, mas impacto é indireto
A ameaça do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, corredor marítimo por onde passa um quinto do petróleo utilizado no planeta, deixou a Autoridade Portuária de Santos em estado de alerta.
O presidente do maior porto do Brasil, Anderson Pomini, disse à CNN que a maioria dos navios que chegam ao país não passa pela região, mas os impactos serão indiretos — e severos — na navegação.
“A situação representa um risco real para as cadeias globais de suprimentos, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar e à logística internacional”, afirmou.
Para o comércio exterior do Brasil pode haver dificuldades no fornecimento de insumos e na entrega de produtos, como milho e carnes halal a mercados estratégicos no Oriente Médio.
“O Irã, por exemplo, é um dos fornecedores da ureia que o Brasil importa, além de ser um dos principais compradores do milho brasileiro”, disse Pomini.
A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que, no ano passado, 30,59% da carne de frango exportada pelo Brasil teve como destino países do Oriente Médio.
Se fechado o Estreito de Ormuz, a China, principal destino das exportações brasileiras, terá prejudicado cerca de 70% do seu abastecimento de petróleo, que compra do Oriente Médio.
A redução da oferta de petróleo também afetaria os preços em todos os mercados.
“Estes efeitos ainda não afetaram a movimentação no complexo portuário. A maior parte dos navios que se dirigem ao Porto de Santos não passam por Ormuz”, ressaltou o presidente do Porto de Santos.
O Brasil, além de produzir petróleo internamente, como no pré-sal, importa de outras regiões do mundo, que são acessadas por outras rotas de navegação.
“O Governo Federal e a Petrobras garantem nosso abastecimento de petróleo, que também passa pelo Porto de Santos”, concluiu Pomini.